Greenpeace faz protesto contra
desmatamento em reserva extrativista
Com a ajuda de um boi de seis metros de altura foi realizado ontem um protesto
contra o desmatamento ilegal na reserva extrativista Verde Para Sempre. O animal
foi inflado pelo Greenpeace e líderes comunitários de Porto de Moz, no Pará.
Rodrigo Baleia/Greenpeace/Divulgação
"Boizão" foi inflado pelos membros da organização não-governamental Greenpeace
com ajuda de líderes comunitários
Segundo a ONG, a reserva foi criada há quatro anos, porém até agora não foi
implementada. E fazendeiros de gado têm desmatado a área sem autorização.
De acordo com o Greenpeace, há diversos problemas no local. Não há placas de
sinalização indicando os limites da reserva, que sequer possui sede --apesar de
uma casa da Marinha ter sido disponibilizada. Além disso, a regularização
fundiária não avançou, a exploração madeireira persiste e as invasões de barcos
pesqueiros são constantes na área.
Para André Muggiati, da campanha da Amazônia do Greenpeace, sem implementação as
reservas "acabam se tornando alvo de atividades predatórias, como a pecuária".
Raimundo Ribeiro da Silva, da Associação de Moradores da reserva, concorda: "O
descaso aqui é muito grande", diz ele. Em quatro anos, o local já teve
desmatados mais de 40 mil hectares de sua área total de 1,2 milhão de hectares.
E o Greenpeace diz ter visto, em sobrevoo recente, novos desmatamentos.
Segundo os ativistas, o protesto ocorreu sem tumulto.
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