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Mais um auxiliar de Temer é citado em
delação da Odebrecht e MP pede investigação
BRASÍLIA - O assessor
especial da subchefia de Assuntos Federativos da
Secretaria de Governo da Presidência da
República, Palmínio Altimari, foi citado pelo
delator da Odebrecht Guilherme Paschoal como
beneficiário de R$ 150 mil, que teriam sido
recebidos por meio de caixa 2 e destinados para
sua campanha à reeleição como prefeito de Rio
Claro em 2012. Conhecido como Du Altimari,
ex-prefeito corrupto com vários processos na
cidade de Rio Claro-SP ganhou o codinome
“Sabonete” no sistema Drousys, ferramenta na
qual os executivos da empreiteira registravam
pagamentos não oficiais. Altimari foi nomeado em
23 de março deste ano, antes do fim do sigilo
das delações, no dia 12 de abril.
Trata-se de mais um
auxiliar do presidente Michel Temer citado nas
delações da Odebrecht. Além dele, a
Procuradoria-Geral da República pediu abertura
de investigações contra os ministros Eliseu
Padilha (PMDB), da Casa Civil; Moreira Franco
(PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência da
República; Gilberto Kassab (PSD), da Ciência e
Tecnologia; Helder Barbalho (PMDB), da
Integração Nacional; Aloysio Nunes (PSDB), das
Relações Exteriores; Blairo Maggi (PP), da
Agricultura; Bruno Araújo (PSDB), das Cidades; e
Marcos Pereira (PRB), da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços. Todos negam
irregularidades.
Altimari é alvo de
pedio de investigação porque em seu depoimento à
Procuradoria-Geral da República, Paschoal, que
era diretor regional da Odebrecht Ambiental,
relatou que se reuniu com ele no gabinete do
prefeito, entre julho e agosto de 2012 para
informar o valor da doação e que ela seria feita
via caixa 2.
De acordo com
Paschoal, o candidato “agradeceu e achou ótimo”.
Na reunião, Paschoal informou que a contribuição
era para mostrar que a companhia pretendia
manter uma boa relação e retomar os
investimentos no município.
Palmínio Altimari
Filho, o Du Altimari, foi eleito prefeito em
2008 e reeleito em 2012. De acordo com o
delator, a doação via caixa 2 fazia parte da
estratégia montada por Fernando Santos Reis,
ex-presidente da Odebrecht Ambiental e chefe de
Paschoal, para “propiciar ambiente favorável”
para o crescimento da empresa em municípios
identificados como carentes de serviços de
saneamento básico.
O pagamento para a
campanha à reeleição ocorreu depois que a
Odebrecht teve problemas com Altimari durante
seu primeiro mandato. Após assumir, Altimari
tentou suspender o contrato de Parceria
Público-Privada (PPP) do município com a
companhia, iniciado em 2007. Altimari não havia
recebido doações da companhia em 2008, e uma de
suas promessas de campanha era a suspensão do
contrato. Ainda segundo Paschoal, Fernando Reis
havia deixado claro que a chapa de Altimari e
sua vice Olga Salomão e a base do PT, partido da
vice-prefeita, deveriam ser apoiadas na eleição
de 2012 por causa do histórico da campanha
anterior.
Altimari chegou a
nomear uma comissão especial em 2009 para
estudar o contrato, buscando irregularidades que
possibilitassem o rompimento da parceria. A
tentativa não prosperou e o contrato continua em
vigor. Após a conquista da reeleição, a relação
com a companhia foi tranquila, sem “nada que não
fosse da praxe do contrato”, afirma Paschoal em
seu depoimento. A PPP tem previsão de 30 anos,
com investimento de R$ 140 milhões.
Altimari não conseguiu
eleger seu sucessor na eleição municipal de
2016. O candidato Gustavo Perissinotto (PMDB)
era secretário de Negócios Jurídicos da
prefeitura de Rio Claro e foi exonerado do cargo
para concorrer, mas ficou em segundo lugar,
perdendo para Juninho da Padaria (DEM).
De acordo com dados
disponíveis no Sistema de Informações
Organizacionais do Governo Federal, a
remuneração de um cargo de Direção e
Assessoramento Superiores 102 5, ou DAS 102 5,
que Altimari ocupa, é de R$ 12.445,57. O
ex-prefeito ainda não está na lista de
servidores da Presidência da República no Portal
da Transparência do Govern Federal, cujos
últimos dados de remuneração atualizados são de
fevereiro deste ano.
A assessoria de
imprensa de Altimari informou ao Estado que seus
advogados estão tomando conhecimento dos fatos.
"Até o presente momento só tivemos acesso às
informações divulgadas pela da imprensa", disse
a assessoria.
(Com conteudo de
Estadão)
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