Maior pterossauro conhecido viveu no Brasil
Um paleontólogo da Universidade de Portsmouth,
no Reino Unido, descobriu que o maior
pterossauro do qual se tem notícia até agora
viveu no Brasil há 115 milhões de anos, segundo
publicou a edição de novembro da revista
Palaeontology.
O descobrimento foi feito a partir do fóssil de
uma parte do crânio de um "chaoyangopteridae",
uma espécie que só tinha sido achada na região
chinesa de Chaoyang e que se considerava que não
tinha alcançado uma altura superior aos 60 cm.
O professor Mark Witton, da Universidade de
Portsmouth, explicou em sua pesquisa que o
achado corresponde a um pterossauro que voou
sobre o nordeste brasileiro e que teve uma
altura de 1 m e uma envergadura de 5 m.
"Para dizer de maneira simples, isto transforma
em anões os chaoyagopteridae que conhecemos até
agora", afirmou Witton, que batizou a nova
espécie de Lacusovagus (morador do lago), por
causa do lugar onde o fóssil foi encontrado. O
lago faz parte da bacia do Araripe, que os
paleontólogos consideram um dos lugares mais
ricos em fósseis do mundo e de onde saiu há anos
este exemplar, que esteve exposto durante vários
anos em um museu da Alemanha.
Witton o estudou e constatou que o Lacusovagus
tinha um crânio de proporções largas, o que
evidencia "que seus hábitos alimentares
incluíram animais de tamanho médio". O
paleontólogo afirmou que o estudo segue em
aberto e ressaltou que a descoberta da espécie
no Brasil, tão longe de seus parentes mais
próximos na China, demonstra o "pouco que
realmente sabemos sobre a história da evolução e
o local onde vivia este grupo de criaturas".
Os pterossauros (lagartos alados) existiram
durante quase toda a era Mesozóica (há entre 228
e 65 milhões de anos). A Paleontologia os
descreve como os primeiros vertebrados que
conquistaram o ar, graças a asas formadas por
uma complexa membrana sustentada por um quarto
dedo hipertrofiado nas mãos.
O corpo dos pterossauros estava coberto de pêlo,
segundo os fósseis achados até agora de pelo
menos três espécies distintas. Estes restos são
muito comuns e foram achadas centenas de
espécies, pertencentes a oito gêneros diferentes
na África, Ásia, Austrália, Europa, América do
Norte e América do Sul. Não são aves, nem
dinossauros, embora tenham convivido com eles
durante dezenas de milhões de anos.
EFE
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