Enem e vestibulares são um pesadelo para alunos
de todas as classes sociais
Entrar na Universidade de São Paulo (USP) é
tarefa difícil, mas neste ano parte dos
candidatos terá duas chances para conquistar a
vaga. Além da Fuvest, tradicional método de
ingresso, a instituição vai adotar o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) para preencher
13,5% das 11.057 cadeiras. A novidade faz com
que vestibulandos mudem estratégias de estudo e
revejam cálculos das notas de corte.
Ao longo de 2015, cada faculdade da USP decidiu
se usaria o Enem como vestibular alternativo.
Dos 144 cursos, 85 usarão o exame federal, além
da Fuvest. As cadeiras serão disputadas pelo
Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma
digital do Ministério da Educação que reúne
vagas no ensino superior público. O total de
vagas via Enem varia em cada graduação. O modelo
será adotado no vestibular 2016 de modo
experimental.
Após três tentativas frustradas na Fuvest, André
Fernando, de 21 anos, ex-aluno de escola pública,
agora aposta no exame federal. “Nunca fui
aprovado para a segunda fase da Fuvest. Além de
ser conteudista, a prova é muito concorrida”,
diz. “Meu foco sempre foi a USP, mas no Enem me
dei melhor nos outros anos.”
Em vez de provas anteriores da Fuvest, como
havia feito nos outros anos, Fernando se
concentrou em questões antigas do Enem nesta
preparação.
Até a graduação pretendida mudou: de Publicidade
para Marketing, na USP Leste. A primeira, além
de ter concorrência e nota de corte maiores, não
ofertará vagas pelo Enem. “Marketing é um curso
mais simples de entrar e da mesma área. Além
disso, posso tentar transferência depois”,
explica o jovem. Mas ele não tem ilusões de que
a tarefa será fácil. “Como eu, muitos vão com
tudo no Enem para entrar na USP.”
As carreiras top da universidade, na maioria,
ficaram fora da lista de ingresso via Enem, como
Medicina da capital e a Escola Politécnica. Mas
algumas escolas tradicionais investiram na
medida, como Direto do Largo São Francisco e
Medicina de Ribeirão Preto.
Outra diferença é no tipo de reserva de vagas.
Cerca de 77% das cadeiras pelo Sisu serão
exclusivas para alunos da rede pública. Das
vagas pelo Sisu, a reserva para pretos, pardos e
indígenas de escola pública é de 15% - e é a
primeira vez que a USP adota cota racial. Apenas
os dez cursos da USP Leste e outros três do
câmpus do Butantã optaram por considerar a cor
do candidato na seleção.
A estudante Victoria Santelo, de 18 anos,
prioriza seus estudos na Fuvest, embora pretenda
fazer Letras, curso que também oferece vagas
pelo exame federal. “Se eu estudo para a Fuvest,
que é bem mais complexa, também me preparo para
os outros vestibulares”, explica a ex-aluna da
rede pública, que vai tentar a vaga pelas duas
provas. “No Enem, são muitas questões em que é
possível interpretar o texto”, diz. “A Fuvest
cobra fórmulas. Se você não souber, fica sem
responder a questão.”
Preparação. Márcio Guedes, coordenador do Curso
Poliedro de São José dos Campos, concorda que
alunos de escola pública devem ter mais
facilidade com o Enem. “Comparado com a Fuvest,
o exame propicia um rendimento melhor para esse
grupo”, avalia. Para Alessandra Venturi, do
Cursinho da Poli, a preferência por Fuvest ou
Enem depende do perfil do aluno. “Alguns sentem
mais facilidade com a Fuvest por ser uma prova
que vai mais direto ao ponto.”
É fundamental entender as diferenças entre os
estilos dos testes. Simulados e questões de
provas anteriores dão pistas sobre o tipo de
cobrança - e algumas questões são quase as
mesmas de uma edição para a outra. Também é
importante cuidar para que a ansiedade de uma
prova não interfira na outra. “A distância entre
as provas é pequena, então é importante
trabalhar o lado psicológico”, diz Alessandra. A
prova do Enem ocorre nos dias 24 e 25 e a
primeira fase da Fuvest será no dia 29 de
novembro.
Fuvest, vestibulares, Enem entre outros será
coisa do passado se brasileiros adotarem um novo
sistema de governo (sem) políticos, cada aluno
da escola publica passando de ano, entra
diretamente na universidade, vestibulares e
cursinhos só para a classe da rede de ensino
particular,
entre de seu apoio.
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