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Poulição - Jovem de 22 anos cria técnica
para limpar o plástico dos oceanos
O destino que damos ao
plástico pode ser considerado um grande problema
ambiental. Isso porque além de abarrotarem os
lixões e aterros sanitários no continente, esses
derivados do petróleo também são um incômodo
para a vida marinha. Sabe-se que existem pelo
menos 5 trilhões de peças plásticas nos oceanos
de todo o planeta, totalizando 250 mil
toneladas. Mas há algumas áreas específicas em
que o problema é especialmente mais preocupante.
É o caso da “Great
Pacific Garbage Patch”, localizada ao norte do
Oceano Pacífico, entre a costa oeste dos EUA até
o Japão. A área, descoberta em 1997, faz jus ao
título de “depósito de lixo gigantesco”,
concentrando boa parte do plástico que
dispensamos nos oceanos.
Lá, os detritos chegam
a formar ilhas de lixo, em que se pode até mesmo
andar a pé. Isso é possível porque as correntes
marítimas convergentes que atuam na região se
movimentam em círculos, causando enormes
“redemoinhos”. Assim, o lixo que é descartado em
várias partes do planeta acaba parando no mesmo
endereço. O resultado são prejuízos gigantes
para a vida nos oceanos. Essa cobertura impede a
fotossíntese de organismos marinhos e mata a
fauna que ingere as peças plásticas por engano.
Embora não pareça, há
gente tentando mudar esse cenário. E a ideia
mais promissora atualmente vem de um jovem de 22
anos. Boyan Slat é um ambientalista holandês e
criador da Ocean Cleanup Foundation. Sua
empresa, que já conta com 65 pessoas, tem uma
proposta um tanto ousada: retirar metade do
plástico da Great Pacific Garbage Patch em um
período de cinco anos.
Como? Cercando o lixo
em alto mar com barreiras gigantes, feitas de
polietileno de alta densidade. Seu formato
lembra aqueles macarrões usados como bóia em
piscinas – como se fosse um “U”, só que mais
aberto. Resistentes e maleáveis, as estruturas
são perfeitas para o trabalho: firmes o
suficiente para não deixar escapar nenhum pedaço
de plástico, e móveis o bastante para serem
levadas de um lado para o outro pelas próprias
águas do Pacífico.
Já que os oceanos são
um tanto infinitos e cheios de correntes
marítimas, represar os plásticos significa
reduzir o trabalho que sair catando cada pedaço
pelo oceano demandaria. Concentrados em um só
local, os detritos podem ser tranquilamente
recolhidos com a ajuda de barcos, que passarão
pelas áreas de plástico represado periodicamente
– uma vez por mês, provavelmente.
Ok, até aí, nada de
muito inovador. A técnica de cercamento já é
conhecida, e utilizada inclusive na própria
tarefa de conter detritos despejados no mar,
como manchas de óleo. O “pulo do gato” é a
independência que essas barreiras possuem para
navegar os sete mares: elas não precisam ficar
presas no fundo dos oceanos. Ao invés disso, as
âncoras que as mantém flutuando ficam soltas,
boiando em águas mais profundas – a cerca de 600
metros da superfície.
Conforme afundamos, a
pressão e densidade aumentam, o que faz com que
a velocidade de navegação das âncoras seja menor
do que na superfície. Isso impede que a boia
gigante se movimente mais rápido que o lixo.
Acompanhando o ritmo da âncora, o sistema todo
acaba indo até quatro vezes mais devagar do que
iria se estivesse fixo, recolhendo assim o
plástico de forma mais eficiente. Para impedir
que tudo não seja levado em dias de ondas mais
severas, as âncoras têm de ser robustas. São
quatro partes com 12 metros de comprimento e 4
de largura cada uma.
A ideia inicial de
Slats era criar um único cordão gigante, com
96,5 km de extensão. Depois, o projeto foi
alterado para 50 estruturas de pouco menos de 1
km cada uma. Tudo para correr menos riscos. Se
uma delas falhar, por exemplo, há outras 49
firmes e fortes no trabalho de parar o lixo
oceânico. Além disso, há também a vantagem de
elas poderem ir sendo lançadas ao mar conforme
forem produzidas.
O primeiro protótipo
de 1 km de extensão será testado ainda esse ano,
e estima-se que todo o projeto esteja pronto já
em 2018. Os custos estão estimados em U$ 320
milhões. Para bancar a empreitada, Slats contou
com vários – e grandes – financiadores. Empresas
do Vale do Silício norte-americano como a PayPal
já apostaram na ideia, que atingiu recentemente
a marca dos U$ 30 milhões.
(Conteudo
superinteressante)
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