A água da chuva pode ter vários destinos após
atingir a superfície da Terra. Inicialmente uma parte se infiltra. Quando o solo
atinge seu ponto de saturação, ficando encharcado, a água passa a escorrer sobre
a superfície em direção aos vales.
Dependendo da temperatura ambiente, uma parte
da chuva volta à atmosfera na forma de vapor. Em países frios, ou em grandes
altitudes, a água se acumula na superfície na forma de neve ou gelo, ali podendo
ficar por muito tempo.A parcela da água que se infiltra vai dar origem à água
subterrânea.
1-Sua porosidade: A presença de
argila no solo diminui sua porosidade, não permitindo uma grande infiltração.
2-Cobertura vegetal: Um solo
coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado.
2-Inclinação do terreno: em
declividades acentuadas a água corre mais rápidamente, diminuindo o tempo de
infiltração.
3- Tipo de chuva: Chuvas
intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm
mais tempo para se infiltrarem.
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A taxa de infiltração de água
no solo depende de muitos fatores:
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O CAMINHO SUBTERRÂNEO DA ÁGUA
A água que se infiltra está
submetida a duas forças fundamentais: a gravidade e a força de adesão de suas
moléculas às superfícies das partículas do solo (força de capilaridade).
Pequenas quantidades de água no solo tendem a se distribuir uniformemente pela
superfície das partículas. A força de adesão é mais forte do que a força da
gravidade que age sobre esta água.
Como conseqüência ela ficará retida, quase
imóvel, não atingindo zonas mais profundas. Chuvas finas e passageiras fornecem
somente água suficiente para repor esta umidade do solo. Para que haja
infiltração até a zona saturada é necessário primeiro satisfazer esta
necessidade da força capilar.
A figura abaixo mostra as formas em que a
água pode estar no solo
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Zonas de
ocorrência da água no solo de um aqüífero freático |
Zona
de aeração: é a parte do solo que está parcialmente preenchida por
água. Nesta zona a água ocorre na forma de películas aderidas aos grãos do solo.
Solos muito finos tendem a ter mais umidade do que os mais grosseiros, pois há
mais superfícies de grãos onde a água pode ficar retida por adesão.
Na zona de aeração podemos
distinguir três regiões:
Zona
de umidade do solo: é a parte mais superficial, onde a perda de água
de adesão para a atmosfera é intensa. Em alguns casos é muito grande a
quantidade de sais que se precipitam na superfície do solo após a evaporação
desta água, dando origem a solos salinizados ou a crostas ferruginosas
(lateríticas).
Franja
de capilaridade: é a região mais próxima ao nível d’água do lençol
freático, onde a umidade é maior devido à presença da zona saturada logo abaixo.
Zona
intermediária: região compreendida entre as duas anteriores e com
umidade menor do que na franja capilar e maior do que na zona superficial do
solo.
Como já foi dito, a
capilaridade é maior em terrenos cuja granulometria é muito fina.
Em áreas onde o nível freático
está próximo da superfície, a zona intermediária pode não existir, pois a franja
capilar atinge a superfície do solo. São brejos e alagadiços, onde há uma
intensa evaporação da água subterrânea.
Zona
de Saturação: é a região abaixo do lençol freático (nível freático)
onde os poros ou fraturas da rocha estão totalmente preenchidos por água.
Observe-se que em um poço escavado num aqüífero deste tipo a água o estará
preenchendo até o nível freático
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Em aqüíferos freáticos o nível
da água varia segundo a quantidade de chuva. Em épocas com mais chuva o nível
freático sobe e em épocas em que chove pouco o nível freático desce. Um poço
perfurado no verão poderá ficar seco caso sua penetração na zona saturada for
menor do que esta variação do nível d’água.
CLASSIFICAÇÃO DOS AQÜÍFEROS SEGUNDO A PRESSÃO DA ÁGUA
1)Aqüíferos
Livres ou Freáticos
A pressão da água na superfície
da zona saturada está em equilíbrio com a pressão atmosférica, com a qual se
comunica livremente. A figura ? esquematiza um aqüífero deste tipo. São os
aqüíferos mais comuns e mais explorados pela população. São também os que
apresentam maiores problemas de contaminação.
2)Aqüíferos
Artesianos
Nestes aqüíferos a camada
saturada está confinada entre duas camadas impermeáveis ou semipermeáveis, de
forma que a pressão da água no da zona saturada é maior do que a pressão
atmosférica naquele ponto, o que faz com que a água suba no poço para além da
zona aqüífera. Se a pressão for suficientemente forte a água poderá jorrar
espontaneamente pela boca do poço. Neste caso diz-se que temos um poço jorrante.
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Há muitas possibilidades
geológicas em que a situação de confinamento pode ocorrer. A figura ao lado
mostra o modelo mais clássico, mais comum e mais importante. |
Esquema de
sistema artesiano
CLASSIFICAÇÃO
SEGUNDO A GEOLOGIA DO MATERIAL SATURADO
1)Aqüíferos
Porosos
Ocorrem em rochas sedimentares
consolidadas, sedimentos inconsolidados e solos arenosos, decompostos in situ.
Constituem os mais importantes aqüíferos, pelo grande volume de água que
armazenam, e por sua ocorrência em grandes áreas. Estes aqüíferos ocorrem nas
bacias sedimentares e em todas as várzeas onde se acumularam sedimentos
arenosos. Uma particularidade deste tipo de aqüífero é sua porosidade quase
sempre homogeneamente distribuída, permitindo que a água flua para qualquer
direção, em função tão somente dos diferenciais de pressão hidrostática ali
existentes. Esta propriedade é conhecida como isotropia.
Poços perfurados nestes
aqüíferos podem fornecer até 500 metros cúbicos por hora de água de boa
qualidade.
2)Aqüíferos
fraturados ou fissurados
Ocorrem em rochas ígneas e
metamórficas. A capacidade destas rochas em acumularem água está relacionada à
quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicação. No Brasil a
importância destes aqüíferos está muito mais em sua localização geográfica, do
que na quantidade de água que armazenam. Poços perfurados nestas rochas fornecem
poucos metros cúbicos de água por hora. A possibilidade de se ter um poço
produtivo dependerá,tão somente, de o mesmo interceptar fraturas capazes de
conduzir a água.
Há caso em que, de dois poços situados a pouca distância um do
outro, somente um venha a fornecer água, sendo o outro seco. Para minimizar o
fracasso da perfuração nestes terrenos, faz-se necessário que a locação do poço
seja bem estudada por profissional competente. Nestes aqüíferos a água só pode
fluir onde houver fraturas, que, quase sempre, tendem a ter orientações
preferenciais, e por isto dizemos que são meios aqüíferos anisotrópicos, ou que
possuem anisotropia.
Um caso particular de aqüífero
fraturado é representado pelos derrames de rochas ígneas vulcânicas basálticas,
das grandes bacias sedimentares brasileiras. Estas rochas, apesar de ígneas, são
capazes de fornecer volumes de água até dez vezes maiores do que a maioria das
rochas ígneas e metamórficas.
3)Aqüíferos
cársticos
São os aqüíferos formados em
rochas carbonáticas. Constituem um tipo peculiar de aqüífero fraturado, onde as
fraturas, devido à dissolução do carbonato pela água, podem atingir aberturas
muito grandes, criando, neste caso, verdadeiros rios subterrâneos. É comum em
regiões com grutas calcárias, ocorrendo em várias partes do Brasil.
Referencias:
Wikipédia
Ache Tudo e Região
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