O iodo (do grego iodés, cor violeta) é um elemento
químico de símbolo I , de número atómico 53 (53 prótons
e 53 elétrons) e de massa atómica 126,9 u. À temperatura
ambiente, o iodo encontra-se no estado sólido.
É um não metal, do grupo dos halogênios (17 ou 7A) da
classificação periódica dos elementos. É o menos reativo
e o menos eletronegativo de todos os elementos do seu
grupo.
É um oligoelemento, empregado principalmente na
medicina, fotografia e como corante. Foi descoberto na
França pelo químico Bernard Courtois em 1811 a partir de
algas marinhas.
Características principais
O iodo é um sólido negro e lustroso, com leve brilho
metálico, que sublima em condições normais formando um
gás de coloração violeta e odor irritante. Igual aos
demais halogênios forma um grande número de compostos
com outros elementos, porém é o menos reativo do grupo,
e apresenta certas características metálicas. A falta de
iodo causa retardamento nas proclatinas.
É pouco solúvel em água, porém dissolve-se facilmente em
clorofôrmio, CHCl3, em tetracloreto de carbono, CCl4, ou
em disulfeto de carbono, CS2, produzindo soluções de
coloração violeta. Em dissolução, na presença de amido
dá uma coloração azul. Sua solubilidade em água aumenta
se adicionarmos iodeto devido a formação do triodeto,
I3-.
Pode apresentar vários estados de oxidação: -1, +1, +3,
+5, +7.
Aplicações
O iodeto de potássio, KI, é adicionado ao sal comum,
NaCl (mistura denominada de sal iodado), para prevenir o
surgimento do bócio endêmico, doença causada pelo
déficit de iodo na dieta alimentar.
A tintura de iodo é uma solução de iodo e KI em álcool,
em água ou numa mistura de ambos (por exemplo, 2 gramas
de iodo e 2,4 gramas de KI em 100 mL de etanol), que tem
propriedades anti-ssépticas. É empregada como
desinfetante da pele ou para a limpeza de ferimentos.
Também pode ser usada para a desinfectar a água.
Os compostos de iodo são importantes no campo da química
orgânica e são muito úteis na medicina; iodetos, assim
como a tiroxina, que contém iodo, são utilizados em
medicina interna.
O iodeto de potássio, KI, é empregado em fotografia.
Se utiliza iodo em lâmpadas de filamento de tungstênio (wolfrâmio)
para aumentar a sua vida útil.
O triiodeto de nitrogênio, NI3, é um explosivo de
impacto, demasiadamente instável para a comercialização,
porém pode-se facilmente prepará-lo de forma caseira.
Os isós radioativos Iodo-123 e Iodo-131 são
utilizados em medicina nuclear, para estudar a Glândula
Tiróide. O Iodo-131 é usado também na terapia de alguns
tipos de cancro da Tiróide, graças ao seu decaimento com
produção de partícula beta.
Funções biológicas
O iodo é um elemento químico essencial. A única função
conhecida do iodo é como parte integrante dos hormônios
tireóideos. A glândula tireóide fabrica os hormônios
tiroxina e triiodotironina, que contém iodo. O déficit
de iodo conduz ao Hipotiroidismo de que resultam o bócio
e mixedema.
A ocorrência de deficit de iodo na infância pode
originar o cretinismo, ocasionando um retardo mental e
físico.
O excesso de produção de hormónios na tireóide conduz ao
Hipertiroidismo. Elemento químico ,53 holdslungs
História
O iodo (do grego iodes, que significa "violeta") foi
descoberto na França pelo químico Bernard Courtois em
1811 a partir de algas marinhas, não continuando com
suas investigações por falta de dinheiro.
Posteriormente, o químico inglês Humphry Davy e o
químico francês Gay-Lussac estudaram em separado a
substância e terminaram identificando-a definitivamente
como um novo elemento. Ambos deram o crédito do
descobrimento a Courtois.
Abundância e obtenção
O iodo é o halogênio menos abundante, apresentando-se na
crosta terrestre com uma concentração de 0,14 ppm,
estando na água do mar numa abundância de 0,052 ppm.
O iodo pode ser obtido a partir dos iodetos, I-,
presentes na água do mar e nas algas. Também pode ser
obtido a partir dos iodatos, IO3- existente nos nitratos
de Chile, separando-os previamente destes.
No caso de partir-se dos iodatos, uma parte destes se
reduzem a iodetos, e os iodetos obtidos se fazem reagir
com o restante dos iodatos, produzindo o iodo:
IO3- + 5I- + 6H+ → 3I2 + 3H2O
Quando se parte dos iodetos, estes se oxidam com cloro,
e o iodo obtido é separado mediante filtração. Pode-se
purificar o iodo reduzindo-o e reoxidando-o com cloro.
2I- + Cl2 → I2 + 2Cl-
O iodo pode ser preparado na forma ultrapura reagindo o
iodeto de potássio, KI, com sulfato de cobre, CuSO4.
Compostos
O iodo, I2 numa solução de iodeto, I-, forma poliiodetos
como o triodeto, I3-, ou o pentaiodeto, I5-. Também
forma compostos com outros haletos como, por exemplo, o
IF8-.
Em solução aquosa pode apresentar diferentes estados de
oxidação. Os mais representativos são o -1, nos iodetos,
o +5 nos iodatos, e o +7, nos periodatos (oxidantes
fortes).
O iodeto de hidrogênio, HI, pode ser obtido por síntese
direta do iodo com o hidrogênio.
O iodato, IO3- pode-se obter a partir de iodo com um
oxidante forte.
Alguns iodetos de metais podem ser obtidos por síntese
direta. Por exemplo:
Fe + I2 → FeI2
e, a partir deste pode-se obter outros por substituição.
Isós
Existem 30 isós de iodo, porém somente o Iodo-127 é
estável. O radioisó artificial Iodo-131 (um emissor
beta) com uma vida média de 8 dias se tem empregado no
tratamento de câncer e outras patologias da glândula
tiróide.
O iodo-129 (com uma vida média de 16 milhões de anos)
pode ser produzido a partir do xenônio-129 na atmosfera
terrestre, ou também através do decaimento do
urânio-238. Como o urânio se origina durante certo
número de atividades relacionadas com a energia nuclear,
sua presença (a relação 129Iodo/Iodo) pode indicar o
tipo de atividade desenvolvida num determinado lugar.
Por esta razão, o iodo-129 foi empregado nos estudos da
água da chuva após o acidente ocorrido na usina nuclear
de Chernobil. Também se tem empregado como traçador em
água superficial e como indicador da dispersão de
resíduos no meio ambiente.
Em muitos aspectos o iodo-129 é similar ao cloro-36. É
um halogênio solúvel, relativamente não reativo,
existindo principalmente como ânion não solvatado, sendo
produzido por reações termonucleares e cosmogênicas. Em
estudos hidrológicos, as concentrações de iodo-129 são
dadas, geralmente, através da relação do iodo-129 com o
iodo total (praticamente todo o iodo-127). Como no caso
da relaçao 36Cloro/Cloro, as relações 129Iodo/Iodo na
natureza são muito pequenas. 10-14 a 10-10 (o pico
termonuclear de 129Iodo/Iodo durante as décadas 1960 e
1970 alcançou valores próximos de 10-7). O Iodo-129 se
diferencia do cloro-36 em sua vida média que é maior (16
frente a 0,3 milhões de anos), é altamente biofílico e
se encontra em múltiplas formas iónicas (geralmente I- e
iodatos).
Precauções
É necessário ser cuidadoso quando se maneja o iodo, pois
em contato direto com a pele pode causar lesões. O vapor
de iodo é muito irritante para os olhos e as mucosas.
Telúrio - Iodo - Xenônio
F
Cl
Br
I
Tabela completa
Nome, símbolo, número Iodo, I, 53
Classe , série química |
Não-metal, representativo
( Halogênio )
Grupo, período, bloco 17 ( VIIA ), 5 , p
Densidade 4940 kg/m³
Cor , Aparência negro
Propriedades atómicas
Massa atómica 126,90447(3) u
140 pm
Raio atômico calculado 115 pm
Raio covalente | 133 pm
Raio de Van der Waals | 198 pm
Configuração eletrônica [Kr]4d105s²5p5
Estados de oxidação (óxido) -1, 1, 3, 5, 7 (ácido forte)
Estrutura cristalina Ortorrómbico
Propriedades físicas
Estado da matéria | Sólido (não magnético)
Ponto de fusão | 386,85 K (113,7 °C)
Ponto de ebulição | 457,6 K (184,4 °C)
Entalpia de vaporização | 20,752 kJ/mol
Entalpia de fusão | 7,824 kJ/mol
Pressão de vapor | _ Pa a _ K
Velocidade do som _ m/s a 293,15 K
Informações diversas
Electronegatividade 2,66 (Pauling)
Calor específico 145 J/(kg·K)
Condutividade elétrica | 8,0·10-8/m
Condutividade térmica 0,449 W/(m·K)
1º Potencial de ionização 1008,4 kJ/mol
2º Potencial de ionização | 1845,9 kJ/mol
3º Potencial de ionização | 3180 kJ/mol
Isós mais estáveis
iso. AN Meia-vida MD ED MeV PD
100% I é estável com 74 neutrons
{sin.} 1,57·107 anos β- 129Xe
{sin.} | 8,02070 días 0,971 | 131Xe
Unidades SI e CNTP, exceto onde indicado o contrário
|