Familiares protestam contra mortes ap�s partos em SP

Dezenas de pessoas participaram, na �ltima sexta-feira, de uma manifesta��o em protesto contra a morte de dois rec�m-nascidos e uma gestante entre junho e julho no Hospital Regional de Cotia, na Grande S�o Paulo.

Pessoas protestaram, na �ltima sexta-feira contra a morte de dois beb�s e uma gestante no Hospiral Regional de Cotia Foto: Cloves Ferreira / vc rep�rter

Caminhando pelas ruas da cidade com faixas e cartazes, familiares e amigos acusaram o hospital de neglig�ncia m�dica e responsabilizaram a entidade pela morte dos pacientes. A manifesta��o foi organizada pelos pais das meninas Nicoly Sofia e Kiaria Victoria, e familiares da gestante Renata Aparecida Bianchi.

De acordo com o pai de Nicoly, Gleyson de Souza Ferreira, a m�e Deise entrou em trabalho de parto no dia 21 de julho, mas teve sua ces�rea realizada apenas no dia 24, ap�s diversas idas ao hospital. �Minha mulher teve uma gesta��o normal. No dia 21 ela estava com contra��es, e a levei pela primeira vez ao hospital. Um m�dico a avaliou pediu que volt�ssemos para casa pois ela estava sem dilata��o", diz.

No dia seguinte, Deise acordou com sangramento e viu as contra��es aumentarem. �Voltamos ao hospital. Uma outro m�dico nos disse que o sangramento era normal e fomos mandados para casa de novo. Em menos de tr�s horas tivemos que voltar ao hospital porque as dores estavam muito fortes", relata.

Na ter�a-feira, dia 23, o casal retornou ao hospital. �A m�dica disse � minha mulher: se voc� sentir tr�s contra��es em dez minutos, interno voc�. Ela sentiu entre sete e dez contra��es. Minha filha estava pronta para vir ao mundo, e n�o deixavam�, diz.

O parto teve in�cio na madrugada do dia 24. Gleyson diz ainda que quando o m�dico decidiu optar pela ces�rea, pediram que ele fosse ao vesti�rio colocar o uniforme, mas que acabou trancado no local. �O hospital ficou cerca de dois minutos sem energia. Ouvi do lado de fora uma mulher falando �ai meu Deus, agora n�o�. Nessa hora quebrei a porta do vesti�rio. Cheguei a ver a beb� com vida, se mexendo", afirma.

"Na sala de parto, minha mulher escutou que o m�dico estava procurando sentir o cora��o do feto, enquanto o resto da equipe dizia que n�o iria dar tempo. Ele respondeu: �quem � o m�dico aqui?�. Quando minha mulher pegou a Nicoly, ela j� estava morta�, afirma o pai da crian�a.

A ideia de se manifestar em protesto contra a morte da filha surgiu ap�s Deise encontrar outra gestante que tamb�m havia perdido a filha. A mulher foi colocada no mesmo quarto que ela. �Na quinta-feira colocaram a Fabiana Dias no mesmo quarto que o nosso, e ela contou que a sua menina, Kiaria Victoria, tamb�m havia morrido, e a� resolvemos fazer a passeata em forma de protesto. Uma outra foi organizada para sexta-feira�, conta.

Tamb�m participaram do protesto os familiares de Renata Aparecida Bianchi, 20 anos. A jovem estava gr�vida do primeiro filho e foi atendida no dia 23 de maio. Ela teve alta ap�s a ces�rea e, dias depois, ao ir a um Pronto Socorro para retirar os pontos, os m�dicos sugeriram que ela retornasse ao hospital em raz�o de uma mancha vermelha abaixo do corte. Renata foi internada no dia 3de junho e morreu um dia depois, com quadro de insufici�ncia respirat�ria aguda, edema agudo nos pulm�es e septicemia em decorr�ncia do parto. Terra