Historia
de Barra Mansa RJ

Vista Panôramica da cidade de Barra
Mansa nos anos 40
Fundação e Emancipação
Por volta do ano de 1700,
chegar a São Paulo era uma tarefa quase impossível, por causa da barreira
natural criada pela Serra do Mar.
Mas, para que a viagem se tornasse mais rápida, o então governador Luiz
Bahia Monteiro ordenou que fosse aberto um caminho através da serra de
Itaguaí.
Depois de concluído o caminho, várias incursões foram feitas até o Rio
Paraíba, mas sem o compromisso de se formar povoados ou vilas. Estas
incursões eram quase sempre formadas por aventureiros à procura de ouro ou
por caçadores.
O primeiro indício de povoamento se deu em 1764. Francisco Gonçalves de
Carvalho obteve junto ao Vice-Rei D. Antônio Álvares da Cunha, uma
sesmaria para fundar uma fazenda de gado e mantimentos entre o Rio Paraíba
e o Rio Bananal, exatamente no local onde se encontrava um córrego chamado
de Barra Seca ou Barra Mansa. Em 1765, José Alberto Monteiro também obteve
do Vice-Rei uma seismaria à margem do Rio Paraíba, onde é hoje Volta
Redonda. Com o passar dos anos, estas seismarias foram mudando de donos,
até que, por volta de 1827, chegaram, por herança, às mãos do Coronel
Custódio Ferreira Leite, o barão de Auiruoca. A partir daí, o local
tornou-se ponto obrigatório de passagem de tropas de viajantes a caminho
de portos marítimos. O movimento cresceu. Em 1800, nas terras de Henrique
Magalhães, bem próximas à foz do Rio Barra Mansa, lá já existia um engenho
e uma capela erguida em homenagem à S ão Sebastião. Aos poucos, um pequeno
núcleo populacional começou a surgir. O início do povoamento animou o
Coronel Custódio Ferreira Leite, que mandou construir outra capela, à
margem direita do Paraíba. A nova capela, também dedicada a São Sebastião,
localizava-se quase em frente à Fazenda Ano Bom, na margem oposta do rio.
O pequeno povoado foi crescendo e, em 3 de outubro de 1832, graças a um
ofício dirigido à Assembléia Geral Legislativa do Império, foi criada a
Vila de São Sebastião de Barra Mansa, passando a fazer parte da vila
terras desmembradas das vizinhas Resende, Valença e São João Príncipe.
O
BRASÃO DE BARRA MANSA
O
brasão oficial do município foi oficializado em 16 de setembro de 1970,
através da deliberação nº 1.045, pelo então prefeito Marcelo Fonseca
Drable.
Pela deliberação, o brasão ficou com a seguinte apresentação:
"Tendo Barra Mansa sido fundada sob a égide de São Sebastião, é óbvio que
em seu brasão figure uma alegoria referente ao mesmo, assim como outra
lembrando, geograficamente, a sua origem já que o nome é expressivamente
geográfico (Barra Mansa; figura a paisagem predominante, e que deu origem
ao nome da cidade.
Figura também um a alegoria referente ao Barão de Aiuruoca, doador da
gleba em que se encontra a cidade oriunda da Capela de São Sebastião.
Em outro quartel figuram em três faixas distintas as diversas fases
econômicas por que passou Barra Mansa: a agrícola, a pecuária e a
industrial.
O escudo português, por nossa origem portuguesa, enquartelado, para melhor
distribuição das peças.
No primeiro quartel, em fundo de púrpura (a púrpura era a cor da
autoridade romana, e sendo São Sebastião militar romano, sacrificado por
suas convicções cristãs, é de importância que esse detalhe figure na
montagem do escudo). Sobre esse quartel as três setas (em ouro) que
sacrificaram aquele Santo; isto porque a cidade foi criada em torno de São
Sebastião.
No segundo quartel, entre as Serras do Mar e da Mantiqueira, essas em
sinople (verde) o Rio Paraíba do Sul recebendo o Rio Barra Mansa, ambos em
prata.
O céu, nesse quartel, em prata, com um flamante, em púrpura. Esse símbolo
significa que assim como o sol é centro de um sistema planetário, Barra
Mansa é o centro de um sistema político-econômico.
No quartel debaixo, à esquerda, as três fases econômicas de Barra Mansa; a
primeira em campo de ouro uma charrua em sable (preto), lembrando o
período de ouro da agricultura; no segundo em campo de prata, uma vaca
alaranjado, lembrando a fase da agropecuária, e, a terceira, em ouro, um a
roda dentada em sable (preto), lembrando a nova fase do progresso, a fase
industrial.
No último quartel, em campo azul (a cor da lealdade), qualidade
imprescindível aos "barões" um escudo de prata, encimado por um elmo
(também distintivo próprio dos barões) também em prata; no escudo uma cruz
de Cristo. Essas peças estão em lugar do escudo do barão de Aiuruoca,
Custódio Ferreira Leite, doador da área da cidade, escudo que não foi
conhecido, tendo no peito, como no retrato que há no Salão da Câmara, uma
cruz de Cristo.
Sob o escudo, uma faixa em prata com o lema Paz-Justiça-Labor, em latim
Pax-Just-Labor.
Dois festões guarnecem o escudo. Um é um feixe de canas em flor, outro um
ramo de café frutificado, produtos agrícolas que sustentaram a economia de
Barra Mansa e ainda contribuem com muito para a economia do Brasil".
O
EXECUTIVO
O
primeiro prefeito de Barra Mansa foi o engenheiro João Luis Ferreira,
nomeado pelo Governo do Estado em 14 de abril de 1914.
Em 1920, graças à lei nº 1670, os prefeitos passaram a ser eleitos para
cumprir mandatos de três anos. O primeiro prefeito eleito foi o Coronel
Alfredo Dias de Oliveira, que ocupou o cargo de 2 de agosto de 1922 a 23
de agosto de 1923, quando teve seu mandato interrompido em conseqüência de
uma intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro.
Com a intervenção, as funções no Executivo passaram a ser exercidas por
prefeitos-interventores. Somente no ano de 1914, Barra Mansa elege
novamente seus representantes para o Legislativo e o Executivo. Na época,
o Sr. Flávio de Miranda Gonçalves assume o comando do Executivo da cidade,
para cumprir 4 anos de mandato.
O
JUDICIÁRIO
Foi no mesmo ano da Vila de São Sebastião
de Barra Mansa, que o Poder Judiciário começou a funcionar no município,
tendo como seu primeiro Juiz de Paz Domingos Rodrigues Viana.
No mês de abril de 1933, foi realizado o primeiro júri em Barra Mansa, que
esteve suspenso durante um curto período, voltando a atuar regularmente a
partir de 6 de junho de 1835.
Os primeiros registros civis de nascimento e óbito começaram a ser feitos
em junho de 1851.
A princípio, o responsável por este trabalho era o vigário da cidade,
passando depois a ser responsabilidade do Juiz de Paz.
Segundo registros da época, o primeiro Juiz de Direito da Comarca foi Dr.
Eduardo P. de Matos, que exerceu suas atividades de 1874 a 1877.
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