Pesquisar  Meio Ambiente Ciência Duvidas Home

  

Desaparecidos

Emprego

Endereços Úteis

Bate Papo Noticias Fale Conosco

 

Voltar a Tela Anterior

Faveleira

 

 

Nome científico: Cnidoscolus phyllacanthus (M. Arg.) Pax & Hoffm.

Outros nomes populares: favela

Etimologia: o epíteto específico latino phyllacanthus deriva de phylla = folha e acanthus= espinho - "folha com a forma de espinho".

Características gerais: árvore espinhenta, xerófita, muito ramificada desde a base e bastante lactescente, de 4-8 m de altura, com tronco de casca lisa a levemente rugosa de 20-35 cm de diâmetro, contendo muitas lenticelas e fendilhamentos longitudinais. Os ramos da porção média a superior crescem mais ou menos flexuosos. Dos ramos principais saem pequenos ramos de 10-15 cm de comprimento, sobre os quais se dispõem as folhas aglomeradas na sua extremidade. Possui muitos pêlos rígidos e urticantes de até 1 cm de comprimento nas folhas, ramos novos, pecíolos e frutos. Folhas simples, ovalado-sinuosas, de bordos lobados terminados em pequenos espinhos. Inflorescências em cimeiras axilares, nas quais desenvolve-se primeiro a flor central. Estas podem ser masculinas ou femininas. As flores femininas geram frutos globosos, do tipo cápsula tricoca de 1-2 cm de comprimento e completamente recobertos por pêlos urticantes, que ao amadurecer abrem-se espontaneamente produzindo um estalo e lançando as sementes à distância.

Regiões de ocorrência: planta típica das caatingas secas hiperxerófilas de solos argilo-arenosos do Nordeste Brasileiro. É particularmente freqüente no Vale do São Francisco na Bahia, onde alcança os maiores tamanhos.

Utilidades: Fornece madeira moderadamente pesada (densidade 0,55 g/cm3), macia ao corte, porém de baixa resistência mecânica e ao apodrecimento. Contudo é aproveitada localmente para confecção de fôrros, tamancos, embalagens e brinquedos. As sementes, de aparência semelhante às da "mamona", são ricas em óleo comestível, contudo ainda pouco aproveitadas. São também aproveitadas na alimentação humana e animal. A planta vem sendo considerada com possibilidades forrageiras, pela qual o caule novo, folhas e ramos são transformados em farelo e ministrados ao gado bovino, caprino e ovino. Muito freqüentemente uma ave das caatingas, a "casaca-de-couro" ou "joão-graveto" constrói seu ninho apoiado em bifurcações ou ponto de encontro de alguns ramos da faveleira.

Informações ecológicas: planta tipicamente xerófita, é uma das primeiras plantas a perder as folhas no final do período chuvoso, permanecendo a maior parte do ano sem folhas. Prefere solos argilo-arenosos e ricos em fragmentos de quartzo. Sua freqüência geralmente é baixa, contudo pode formar concentrações em pontos determinados quando as condições locais são adequadas. Floresce durante um longo período do ano, produzindo mais ou menos de maneira contínua pequena quantidade de sementes.

Produção de mudas: a obtenção de sementes é um tanto difícil devido a deiscência explosiva dos frutos que atiram as sementes em todas as direções. Para evitar isto, os frutos devem ser coletados diretamente da árvore e ainda fechados, deixando-se em seguida secar ao sol cobertos por uma tela para amparar as sementes liberadas. Um kg de sementes contém aproximadamente 170 unidades, cuja viabilidade em armazenamento é inferior a 90 dias. Para obtenção de mudas as sementes devem ser postas para germinar logo que colhidas em canteiros a pleno sol contendo substrato argilo-arenoso. Em seguida cobrir as sementes com uma leve camada do substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 3-4 semanas com uma taxa de germinação elevada. O desenvolvimento das mudas no campo é bastante rápido.