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  ISOPOR  
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EPS é a sigla internacional do Poliestireno Expandido, produto, no Brasil, conhecido como “Isopor”. Trata-se de um plástico celular rígido, resultante da polimerização do estireno em água, descoberto em 1949 pelos químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz nos laboratórios da Basf, na Alemanha.

O material é tido como “amigável” ao meio ambiente, por várias razões. Primeiro, porque 80% das emissões totais de dióxido de carbono (CO²) – o principal gás causador de efeito estufa - vêm da queima de combustíveis fósseis.

Os aquecimentos doméstico e industrial – que os utilizam - lançam na atmosfera cerca de 620 milhões de toneladas de CO², apenas na Europa Ocidental, fazendo do isopor um aliado importante na solução deste problema.

O isolamento térmico apropriado com EPS contribui para a redução das necessidades energéticas dos prédios, e, portanto, pode reduzir as emissões de CO² em até 50%.

Em segundo lugar, os produtos em EPS não contém e nunca contiveram CFCs ou HCFCs, gases responsáveis pela deterioração gradual da camada de ozônio.

Terceiro, como o material é muito leve, altamente resistente à compressão e a choques, de manipulação fácil e segura, ganhou status de proteção ideal para produtos durante o transporte. Não causa excesso de peso e, com isso, contribui para a redução do consumo de combustível.

O material é inerte e inócuo, o que tornou-o também propício a embalar alimentos.

Por tudo isso, o isopor associou-se à vida contemporânea de modo irreversível. Descartado no meio ambiente, não contamina água, solo ou ar – embora registre-se, como saldo dessa negligência, a poluição visual.

O que pouca gente sabe é que o isopor é 100% reciclável, desconhecimento que termina por relegar matéria-prima preciosa ao lixo comum.

“O EPS vai para o aterro sanitário, o que torna ineficaz o processo de oxi-biodegradação de qualquer material, por dependência de oxigênio”, disse a AmbienteBrasil Rubens Koji Sakashita, gerente de Marketing da Termotécnica, empresa líder nacionalmente na transformação do isopor.

“Mesmo com a conscientização do consumidor final com relação à reciclabilidade do EPS, é necessário existir uma estrutura de coleta dos resíduos para retornar à indústria”.

Por conta da falta dessa estrutura, o Brasil recicla apenas 10% do isopor pós-consumo, um “pecado” não só em termos ambientais, mas inclusive mercadológicos. Quando transformado em outros materiais plásticos como PS (poliestireno) e compostos SBS (estireno butadieno estireno) no processo de reciclagem, o isopor pode virar solado de sapato, vaso de plantas, gabinete de TV e régua escolar, entre tantos outros produtos.

Além disso, o uso do EPS reciclado para construção civil torna o custo da habitação mais barato e colabora para o tratamento ambiental do resíduo. “Os sistemas construtivos em EPS propiciam uma economia significativa nos projetos estruturais das obras, na logística e reduzindo o desperdício”, diz Rubens Sakashita.

O isopor reciclado, agregando-se a outros materiais, pode ser transformado em tijolo leve poroso, argamassa e concreto leve, aproveitável em qualquer parte da construção convencional que não exija materiais de alta resistência. Grande parte desse potencial se perde pela dificuldade em fazer o resíduo de EPS sair da residência do consumidor e voltar à indústria transformadora.

“Infelizmente são poucos os Municípios brasileiros com coleta seletiva do lixo implantada”, lembra Sakashita. Ele registra ainda, como obstáculo a esse processo, o fato de os catadores – notoriamente protagonistas na reciclagem bem sucedida - não reconhecerem valor econômico no isopor.

Assim, os principais esforços em prol da reciclagem vêm mesmo da iniciativa privada. A Termotécnica usa o próprio resíduo e coleta o material de parceiros como associações de bairros, cooperativas de catadores, redes de varejo e indústrias clientes, próximas às suas unidades fabris, praticando a chamada logística reversa.

Na busca pela formação de uma cultura da reciclagem do EPS, a empresa trabalha junto ao Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida) e à Associação Brasileira de Fabricantes de Poliestireno Expandido (Abrepex), nas ações de ambas as entidades cujo foco seja divulgar a viabilidade econômica e o ganho ambiental desse processo.

Por que reciclar?

Apesar de deter a tecnologia da biodegradabilidade do EPS, a Termotécnica considera essa uma solução que, embora simpática à opinião pública, não é a mais adequada para o tratamento do descarte desse produto, nem a mais correta do ponto de vista ambiental. Tal entendimento se baseia no fato de que o EPS, sendo um plástico, é um material nobre derivado de uma fonte natural esgotável.

“Essa idéia tem largo apoio nos meios acadêmicos, que consideram a biodegradabilidade dos plásticos uma ‘meia solução’, adotada mais para satisfazer os anseios de imagem corporativa do que como uma abordagem séria em relação ao problema dos resíduos plásticos”, diz Sakashita.

Segundo ele, o EPS é apenas 2% de todos os plásticos e a percentagem de petróleo usada para produzi-lo não passa de 0,1%. Como exemplo, ele cita que, se o consumo de petróleo per capita usado para produzir plástico fosse usado para produzir combustível, este seria suficiente para uma viagem de carro de 300 km. “O mesmo exemplo aplicado ao EPS permitiria que o carro fosse apenas até o supermercado local”, coloca.

Ainda conforme Sakashita, a biodegradabilidade dos plásticos parte da idéia de que, uma vez o produto no mercado e, consequentemente, na mão do consumidor final, a responsabilidade pelo resíduo não pesa mais sobre o fabricante, que dá a questão por encerrada. “Na verdade, essa responsabilidade é transferida para o planeta, que passa a ser o único agente com o encargo de processar o resíduo”, pondera.

Ele alega ainda que muitos produtos considerados biodegradáveis não o são plenamente, apenas desaparecem visualmente, gerando novos produtos, em sua maioria, desconhecidos. “Dessa maneira, em nome de uma suposta responsabilidade ambiental, se comete o maior pecado da sociedade de consumo: o desperdício”.

Fonte: Ambiente Brasil



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