Pesquisadores
solucionam um dos maiores mistérios da natureza
O Sol é a principal referência das borboletas
durante a migração do Canadá ao México
Cientistas
elaboraram um modelo que soluciona o mistério de
uma das jornadas mais espetaculares da natureza
- a grande migração das borboletas monarcas (Danaus
plexippus) do Canadá ao México.
Ameaçadas pelo
corte ilegal de árvores e uso de herbicidas, as
monarcas são o único inseto a fazer uma migração
tão longa.
Em conjunto com
biólogos, matemáticos reconstruíram o compasso
interno que elas usam na jornada. Os resultados
foram publicados na revista científicaCell
Reports .
O chefe da pesquisa, Eli Shlizerman, da
Universidade de Washington, disse que, como um
matemático, ele quer saber como sistemas
neurobiológicos são conectados e quais regras
podemos aprender a partir deles.
"Borboletas
monarcas (completam sua jornada) de maneira
otimizada e predeterminada", disse. "Elas
terminam numa locação específica no centro do
México depois de dois meses de voo, economizando
energia e usando apenas algumas indicações."
Enquanto a maioria
dos insetos hiberna no inverno, as monarcas são
as únicas borboletas conhecidas que migram como
pássaros, fugindo do inverno. A jornada supera o
tempo de vida do inseto, que é de
aproximadamente dois meses - o ciclo de ida e
volta é realizado por até quatro gerações da
borboleta.
No trabalho com biólogos, como Steven Reppert,
da Universidade de Massachusetts, Shlizerman
coletou informações diretamente de neurônios nas
antenas e olhos das borboletas.
"Descobrimos
que as indicações dependem quase totalmente do
Sol", afirmou Shlizerman. "Uma é a posição
horizontal do Sol e a outra é o acompanhamento
da hora do dia. Isso dá (ao inseto) um compasso
solar interno para viajar rumo ao sul durante o
dia."
Aplicações práticas
Após desvendar os
dados que abastecem esse compasso interno, a
equipe de pesquisadores criou um modelo para
simulá-lo.
O sistema consiste em dois mecanismos de
controle - um baseado nos "neurônios relógio"
das antenas das borboletas e outro nos chamados
"neurônios azimute" dos olhos dos insetos. Esses
mecanismos monitoram a posição do Sol.
"O circuito casa esses dois sinais para informar
o sistema se é preciso alguma alteração para
permanecer no rumo certo. Isso é muito
empolgante - mostra como um comportamento é
produzido pela integração de sinais",
acrescentou.
Segundo o chefe da pesquisa, esses conceitos
podem ser usados para produzir versões robóticas
desses sistemas - algo que usa a energia e a
orientação do Sol.
Um dos objetivos da equipe é construir uma
borboleta robótica que poderia seguir os insetos
e rastrear todo o processo de migração.
"É uma aplicação interessante, que poderia
seguir as borboletas e até ajudar na preservação
delas. Esses insetos vem decrescendo de número
na natureza, e queremos mantê-los conosco por
muito tempo."
(com conteudo da BBC) |
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