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Praga ameaça furões de pés pretos de extinção

Jim Robbins

Uma colônia que abriga cerca de metade dos furões de pés pretos dos Estados Unidos e que, segundo os biólogos, é vital para a saúde da espécie em longo prazo, foi atingida por uma praga que pode ter matado até um terço dos 300 animais.

The New York Times

Pesquisadores tentam salvar os furões de pés pretos, ameaçados de extinção

Espécie ameaçada cuja situação foi muito difundida nos anos 70, quando a população chegou a cair a apenas 18 animais, o furão de pés pretos (de nome científico Mustela nigripes) vem se esforçando por se recuperar, e os resultados vinham relativamente positivos nas últimas décadas. Mas a praga - sempre uma ameaça para os furões e suas principais presas, os cães da pradaria - voltou a atacar com imensa virulência este ano, em parte devido à primavera úmida.

Os furões são alvos fáceis para bactérias. "São uma espécie com imensa sensibilidade a pragas", disse Travis Livieri, biólogo especializado em fauna que está tentando salvar a colônia. "Eles não ficam doentes: morrem. Não há o que fazer". Os seres humanos são infectáveis pela praga, mas no caso deles é fácil tratá-la com antibióticos.

Livieri está trabalhando com a equipe de recuperação de furões de pés pretos do Serviço Nacional de Fauna e Pesca, com o Serviço Florestal e com alguns voluntários para tentar salvar a colônia na bacia de Conata, aspergindo as tocas dos cães da pradaria com um pó antipulgas que mata os insetos portadores de pragas. Livieri também está trabalhando em um programa de vacinação e percorre a pradaria todas as noites a fim de capturar furões e inoculá-los.

Mas a luta não é apenas contra a praga.

Embora o Serviço Florestal dos Estados Unidos seja parte do esforço de proteção aos furões, também colocou o veneno, a pedido dos agricultores locais, em milhares de hectares habitados por cães da pradaria nos limites da bacia de Conata, formando uma zona de contenção adjacente às terras que pecuaristas usam para alimentar seus rebanhos. Não existem furões na zona de proteção, mas ela seria um bom habitat para eles e caso pudessem se difundir por lá, a recuperação seria facilitada.

Mas os cães da pradaria comem grama e uma grande matilha deles pode desnudar os pastos. Este roedor, de fato, é detestado no oeste dos Estados Unidos como uma praga para a pecuária.

Ainda mais preocupante para os biólogos e ambientalistas, porém, é um estudo do Serviço Florestal quanto a um esforço expandido para matar cães das pradarias no habitat dos furões, o que os biólogos afirmam que pode ter efeitos devastadores sobre a recuperação dos furões.

J. Michael Lockhart, ex-diretor do programa de recuperação no Serviço da Fauna e Pesca, se aposentou em janeiro em parte como protesto contra o envenenamento dos cães da pradaria, acreditando que isso poderia colocar em risco os frágeis avanços conquistados pelos furões. "Aqueles locais são muito importantes. É preciso preservar ao máximo o habitat desses animais".

Uma decisão do Serviço Florestal quanto a usar ou não veneno contra os cães da pradaria em terras que não abrigam furões mas poderiam ser um habitat para eles foi postergada, disse Mark Rey, subscretário da Agricultura norte-americano, para verificar até que ponto a praga se espalha. "Nós vamos avaliar as dimensões do problema, até onde pode se expandir e qual é o número de cães da pradaria restantes, à medida que a doença avança", disse Rey. "A prudência dita que recolhamos essas informações".

Mas ele afirmou que não lidar com o problema dos cães da pradaria poderia ameaçar o programa de recuperação de furões. "Os cães das pradarias estão se espalhando das terras federais para áreas privadas", afirmou. "E nosso objetivo é manter o maior apoio público ao programa dos furões de pés pretos; uma maneira de fazê-lo seria garantir que os cães da pradaria não se espalhem por terras particulares".

Os cães das pradarias, animais de cauda preta que servem de alimento a diversos predadores da região, podem também estar sob ameaça. Alguns anos atrás, o Serviço de Fauna e Pesca norte-americano, em resposta a uma petição, decidiu que eles mereceriam ser classificados como espécie ameaçada, mas a decisão foi cancelada devido a outras prioridades. A designação foi alterada e agora está sendo reconsiderada.

Por enquanto, porém, o foco dos esforços é deter a doença. Perder essa população para a praga seria um pesado golpe para o programa de recuperação de furões e um forte abalo pessoal, diz Livieri, que trabalhou durante 13 anos para restaurar a população desses animais ao sul do Parque Nacional Badlands, em Dakota do Sul. Ele começou como funcionário do Serviço Nacional de Parques e a seguir se transferiu para o Serviço Florestal. Agora, comanda sua própria organização, a Prairie Wildlife Research, que funciona com base em doações.

Até o momento, a população de furões em riscos era a mais robusta dessa variedade do animal e forneceu filhotes que foram transferidos para sustentar esforços de recuperação em outros Estados, como o Colorado, Utah e Montana, e também no México e outros países. "No ano passado, 52 furões foram transferidos daqui para ajudar a iniciar novas populações", disse Livieri.

A maioria dessas populações teve de enfrentar pragas e outros problemas. Uma das colônias, localizada na região da bacia de Shirley, no Wyoming - onde os 18 furões de pés pretos sobreviventes foram localizados nos anos 70 - enfrentou dificuldades com pragas, mas agora pode ter um número de animais semelhante ao da colônia aqui do Dakota do Sul. Acredita-se que existam ao total 1,3 mil furões de pés pretos nos Estados Unidos, cerca de mil em liberdade e 300 em cativeiro.

As pragas se desenvolvem com mais intensidade nos anos de grande umidade, e este vem sendo um dos mais úmidos na região recentemente. Uma combinação de inseticidas e vacinas pode ser muito efetiva para combater a praga nos furões, disse o Dr. Dean Biggins, biólogo pesquisador do Serviço de Levantamento Geológico dos Estados Unidos, que estuda os furões e as pragas que os afetam. Biggins diz já ter visto um surto de praga se extinguir ao atingir uma série de tocas que haviam sido tratadas com inseticidas.

"Não há dúvida de que protegê-los é possível", disse. "A questão não é se podemos ou não fazê-lo, mas se estamos dispostos a encarar os custos e necessidades de mão-de-obra desse trabalho. O processo poderia ter de ser repetido a cada um ou dois anos".

Por enquanto, os envolvidos nos esforços de proteção estão em uma corrida para proteger o núcleo da população de furões. Livieri, muitas vezes trabalhando sem ajuda, dirige de sua casa em Wellington no Colorado, a seis horas de distância, e passa uma ou duas semanas vasculhando a pradaria todas as noites, na esperança de inocular todos os furões.

Tratar os furões, porém, é apenas metade da equação. Número suficiente de cães da pradaria precisa sobreviver à praga para que os furões não morram de fome. Um furão consome entre 125 e 150 cães da pradaria como alimento a cada ano.

A paisagem está repleta de tocas. Algumas delas exibem as marcas do pó antipulgas branco e uma pequena bandeira laranja que as define como protegidas. Os furões vivem nas tocas dos cães das pradarias entre suas presas, matam-nas de noite e as devoram no subsolo.

Em uma noite recente, se via muitos olhos de animais brilhando nas tocas, mas não os olhos certos. Por volta das duas da manhã, Livieri e seus companheiros avistaram os primeiros olhos de furões. Livieri correu rapidamente à toca, da qual um pequeno furão que parecia usar uma máscara preta o encarava. Ele colocou uma armadilha na toca, e se foi. O furão, uma fêmea de pequeno porte, entrou na armadilha.

Livieri retornou, e removeu a armadilha. A vacina foi injetada rapidamente no traseiro do animal, e uma marca de tinta feita em seu pescoço para indicar que ela recebeu sua primeira injeção. O furão recebeu uma aplicação de pó antipulgas e foi solto de novo em sua toca. O animal se voltou e encarou o captor.

Trata-se do 30 entre os 150 furões que continuam a viver aqui e que precisam ser capturados e tratados. Cada animal precisa ser capturado uma segunda vez para uma dose de reforço da vacina, posteriormente.

"Você se sente impotente quando uma doença como essa chega e ameaça tudo aquilo por que você vem trabalhando", disse Livieri. "É por isso que vou estar sempre lá, procurando os animais, fazendo tudo que posso".

The New York Times
 


 

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