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pré-historia
Dino Superpredador brasileiro espanta e vira destaque
internacional
A descoberta de um fóssil quase completo do
superpredador tecodonte Prestosuchus chiniquensis, no
município de Dona Francisca, no Rio Grande do Sul,
atraiu a atenção da imprensa internacional. Após
apresentação feita pela Universidade Luterana do Brasil
(Ulbra), na última segunda-feira, dia 10, veículos como
os britânicos Telegraph, Daily Mirror e Fox News
repercutiram a notícia da espécie que tinha
aproximadamente 7 m de comprimento e pesava 900 kg. O
animal viveu no período Triássico (há aproximadamente
238 milhões de anos) e é um ancestral dos dinossauros.

Segundo o paleontólogo Sérgio Cabreira, responsável pelo
achado, a imprensa internacional não está acostumada com
trabalhos na América do Sul. Países como Estados Unidos,
Alemanha, Inglaterra, defendem a sua própria cultura
científica. "Aí, nesse conjunto, nós, brasileiros aqui
do Sul, descobrimos algo completo com estruturas que não
haviam sido encontradas antes. Isso mexe com o
contexto", afirma. De acordo em ele, o Brasil está em
ascensão no cenário internacional e já é visto com
respeito. "Não precisamos mais de suporte externo, temos
estrutura."
O pesquisador ressalta também que essa região do
município de Dona Francisca é um dos sítios de fósseis
mais importantes do mundo. "A área explorada ainda é
pequena. Quando o processo de pesquisa for formatado
realmente, nós vamos encontrar dezenas de fósseis".
Apesar de o fóssil ter sido achado há cerca de 30 dias
após chuvas que expuseram parte do material, a
descoberta reflete um trabalho de seis anos de projeto,
conta Sérgio Cabreira. "Temos feito vários achados de
material na área. Há três anos, encontramos neste mesmo
local, duas vértebras muito grandes desse Arcossauro.
Nessa oportunidade, eu já tinha uma ideia do belo
material que estava para encontrar. A erosão expôs uma
margem do material e o limpamos. Entendemos que se
travava de algo importante", afirmou.
O cientista acredita que esse animal tenha sido
soterrado pela enchente poucos dias após a sua morte.
"Encontramos um fóssil com crânio, coluna cervical,
cauda, em excelente estado de preservação. O fóssil fala
por ele mesmo." Depois da divulgação das imagens,
paleontólogos de diversas regiões visitaram o local.
O grupo ao qual o animal pertence representa os
primeiros arcossauros que atingiram um grande tamanho.
"Não conseguiremos entender esse frisson da imprensa
internacional se não olharmos para o cenário
científico", explicou referindo-se a todas as
implicações históricas, científicas e sociais do
trabalho.
Existem leis que regem o patrimônio científico
brasileiro. A divulgação das descobertas é essencial
para criar uma guarda em torno desse patrimônio, segundo
o paleontólogo. "Devemos expor esse material para
disseminar a conquista de todos os brasileiros. Além
disso, o fato permite com que a sociedade e os políticos
tomem providências para o aproveitamento e cercamento de
áreas."
O fóssil do tecodonte Prestosuchus chiniquensis
continuará sendo estudado em território nacional. Ele
agora entra em um circuito de tratamento, com clima e
acondicionamento adequados. Antes de que os cientistas
possam manusear os fósseis encontrados, são feitas
réplicas dos materiais. Geralmente essas cópias é que
são apreciadas em museus, enquanto a original é
utilizada em pesquisas.
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